Conversamos com o fotógrafo Carlos Henrique, especialista em fotografia gastronômica, que deu algumas dicas para quem quer investir nesta carreira.
Carlos Henrique tem 47 anos e é formado em administração. Começou a fotografar profissionalmente no ano 2.000 quando trabalhou para o site lokau fazendo fotos dos produtos que os clientes anunciavam na plataforma. Este trabalho durou apenas 1 ano e ele se envolveu em outros projetos voltando a fotografar somente em 2013 quando montou o seu estúdio e não parou mais.
O mercado de fotografia gastronômica exige muita técnica e muito estudo para se obter bons resultados. A demanda é bem abrangente, pode-se fotografar para grandes indústrias alimentícias como para pequenos comércios locais (restaurantes, padarias e lanchonetes).
Com a atual crise econômica, muitas pessoas perderam o emprego e resolveram empreender. E muitas destas abriram bares, restaurantes e foodtruks. Todos esses novos estabelecimentos precisam produzir fotos dos seus produtos e muitos procuram um profissional para isso.
Segundo Carlos Henrique a maior dificuldade na fotografia gastronômica é a composição, pois se colocar elementos demais pode tirar a atenção do assunto principal, por outro lado se colocar elementos a menos ou fora do contexto não se consegue a emoção necessária para esse tipo de fotografia. Achar esse equilíbrio é o segredo da imagem de dar água na boca.
Existe a possibilidade de contratar um FoodStylist para fazer a composição da cena, mas esse profissional é muito raro e caro e muitos clientes não querem pagar o custo. Por isso é preciso que o fotógrafo estude bastante a composição fotográfica, pois na maioria das vezes ele não terá essa ajuda.
Como conseguir clientes
Não adianta de nada investir em equipamentos e formação técnica se não tiver clientes, correto. Sobre isto, Carlos diz que a primeira coisa a fazer é um portfólio. Depois investir em divulgação. Redes sociais dão um bom resultado e não devem ser esquecidas, mas a melhor opção é ir a campo.
- Procure os proprietários dos bares e restaurantes da sua cidade e mostrar o seu trabalho. Outra dica é ir às festas que tenham foodtrucks e oferecer os seus serviços para os empreendedores.
- Fazer contato com agências de publicidades e firmar parcerias também é uma boa opção e pode trazer alguns clientes para você.
- Uma última dica: sempre ande com o seu folder e cartão de visitas no bolso, nunca se sabe quando encontrará um cliente.
Quanto cobrar pela fotografia gastronômica?
O quanto cobrar na fotografia é sempre uma questão polêmica. Neste segmento, é importante saber que para fazer 1 foto gastronômica, gasta-se muito tempo na pré-produção (arrumando o set), na produção em si (compondo e fazendo a foto) e na pós-produção (tratando a foto).
Sabendo o seu custo e o tempo de produção você consegue calcular um valor justo para o seu trabalho. Se quiser ajuda para formar o seu preço, leia o post quanto cobrar para fotografar.
Uma última dica de Carlos Henrique para quem quer entrar no nicho de fotografia gastronômica:
“Estudem bastante, utilizem todas as técnicas que conhecem e assim de tudo coloquem a mão na massa. Além da fotografia, saber cozinhar também ajuda na hora de fotografar. Saber sobre o preparado dos alimentos, como compor uma mesa, quais talheres dever ser usados com cada tipo de prato são grandes diferenciais de um fotógrafo gastronômico.”
Todas as fotos que ilustram esse post foram gentilmente cedidas pelo fotógrafo Carlos Henrique Santos da Eye Photo Estúdio. Acesse o Instagram e o Facebook dele.